domingo, 10 de janeiro de 2021

Um Ninja Cyborg • Hagane | Review

• Review em vídeo:





Hagane, um jogo onde controlamos um Ninja Cyborg, em seu caminho para se vingar de uma facção ninja adversária. Num cenário que combina a estética tradicional japonesa de ninjas e samurais, com Cyberpunk e até mesmo Steampunk em alguns momentos. Ou seja, wow. Criado pela CAProduction, desenvolvido e publicado pela Hudson Soft e Red. Lançado para o Super Nintendo em 1994 no Japão, e em 1995 na Europa e América do Norte. E só pra constar, a pronúncia não é Hagâni. E sim, Hagane. Há, Gá, Nê. Algo assim. Vale mencionar que é um título japonês.

    Esse é o tipo de jogo que de início te chama a atenção pela sua arte bonita e por ser desconhecido, mas te faz parar de jogar quando descobre que ele tem um nível de dificuldade extrema. E quase impossível. E o fato de não ter um sistema de salvamento pode irritar um pouco se você for o tipo de jogador que quer apenas relaxar enquanto joga, sem estresse. Pois é, Hagane é o tipo de jogo que deve ser finalizado em uma tacada só. Isto é, se você tiver paciência. Dá pra finalizar o jogo em mais ou menos meia hora, 40 minutos, sem morrer nenhuma vez. Mas levando em conta o número de mortes, a sua raiva, paciência e o número de dedos quebrados, então... acho que umas três ou quatro horas. No máximo dois dias.


    O jogo nos surpreende logo no começo, ao nos apresentar uma abertura muito bonita e misteriosa. O tipo de arte que te faz pensar: Esse jogo deve ser incrível! É bom ver que se dedicaram em fazer uma abertura legal. E deixando um pouco de lado a dificuldade, posso afirmar que temos aqui uma verdadeira obra de arte. Começando pela jogabilidade, que é muito precisa e os comandos respondem de forma bem rápida. Tanto ao se mover pelo cenário ou ao usar alguma arma. Obviamente, se você nunca jogou, vai ser um pouquinho difícil mas, nada complicado de aprender.

    Temos uma boa variedade de armas que podemos usar durante o progresso, algumas já são até esperadas de se encontrar em um jogo de ninja mas, cada uma delas tem seu momento certo para ser usada. São elas: Katana, Kunai, Byakko (pequenas granadas) e Genbu, um gancho que te permite se agarrar no teto. A katana e o Genbu são as únicas armas de uso ilimitado, já as granadas e as kunai são limitadas. Mas não precisa se preocupar em sair gastando sua munição, já que ao matar algum inimigo, as chances de ele soltar algum item que preencha seu estoque são bem altas. Não apenas munição, mas itens de cura e que também te dão mais um slot de vida.

    De acordo com o próprio manual do jogo, a arma que causa mais dano são as granadas. Mas eu fiz o teste enquanto lutava com alguns inimigos, trocando de armas ao atacar, e não vi diferença nenhuma. Por exemplo, tem inimigos que morrem ao receberem dano duas vezes com a espada. Esses mesmos inimigos também morrem ao receberem dois danos quando atacados com as granadas. Fiz o teste em diversos outros e todos morrem com o mesmo número de dano, mesmo trocando de arma. Mas, olhando bem, isso não é um ponto tão negativo. O jogo não deixa de ser divertido por conta disso. Na verdade, até que a possibilidade de atacar com armas diferentes é bem legal. Mesmo que não tenha diferença de dano.

    *E uma curiosidade, o nome das armas fazem referência aos símbolos da constelação chinesa. Bem interessante.

    Além das armas, Hagane também possui um grande número de técnicas de ataques físicos, que podem ser executadas com diferentes combinações de botões. Segurando os botões R ou L, e apertando B e Y. Essas técnicas são uma outra mecânica do jogo que você vai levar um tempinho pra aprender a usar de forma efetiva, pois requer bastante precisão. Até mesmo usar contra inimigos comuns é bem complicado. Então, se quiser aprender a usar, sugiro que treine um pouquinho antes de começar a jogar pra valer. Podem ser ataques difíceis mas, acredite, quando usados da forma correta, podem fazer um belo estrago.

    Falando um pouco sobre os controles. Bom, no botão A, usa as artes ninja, que é um ataque especial que limpa todos os inimigos da tela. Que recomendo muito guardar para usar contra os chefes. Botão B, Pula. Apertando o Botão B novamente enquanto estiver no ar, ele vai fazer um tipo de pulo giratório, que vai ser muito utilizado no decorrer do jogo. Segurando a seta pra baixo e o botão B, ele vai deslizar pelo chão. E se pular e apertar a seta para baixo, ele vai dar um chute para baixo. Botão Y ataca, e os botões select e X trocam de arma. Botões R e L, são usados para fazer manobras especiais, para usar técnicas especiais, em situações especiais.

    Não é exatamente obrigatório você saber usar todas as técnica. Mas em algum momento, garanto que vai ser divertido testar algumas. E se quiser, pode mudar os controles acessando as configurações no menu do jogo. Lá também tem um sound test, onde podemos apreciar a música e os efeitos sonoros do jogo.

    No total, o jogo tem 5 estágios, que cada um deles é dividido em sub-seções. Por exemplo, no primeiro nível você começa em uma paisagem urbana, depois passa para um sistema de esgoto e, eventualmente, acaba pulando entre edifícios. Em todos os níveis tem vários mini-chefes espalhados, e geralmente terminam com uma luta contra o chefe principal no final de cada um dos cinco estágios. E em relação ao level design, todos os níveis foram muito bem projetados. Em nenhum momento achei que alguma plataforma estaria muito longe, ou algo assim. Particularmente, eu gostei. O único nível que realmente me incomoda, é a parte 4 do primeiro estágio, onde estamos correndo por cima de edifícios. Eu acho bem irritante pois a fase é bem rápida, e nem sempre tem como saber quando vai aparecer alguma coisa na sua frente. Essa aqui com certeza é a parte onde mais perdi minhas vidas. Ainda bem que ela é curta.

    Outra coisa bem notável e, que falo com muita sinceridade, é que Hagane tem uma arte muito bonita. Na primeira fase isso não é tão notável assim, o design do cenário de fundo é bem simples, pelo menos na minha opinião. Mas garanto que 85% de todo o jogo é incrivelmente bonito. Tudo foi muito bem desenhado, desde cenários de fundo, sprites, cutscenes até os chefes, que possuem um design bem... bizarro e criativo ao mesmo tempo. E uma coisa que eu gosto na batalha dos chefes, é que elas podem ser bem rápidas. Dependendo da habilidade do jogador, dá pra derrotar um chefe em poucos segundos. Isso é perfeito pro caso de você morrer em algum momento quando estava quase no final do jogo e tem que passar pelo mesmo chefe de novo. Ou se quiser fazer uma speedrun, por exemplo.

    O único chefe que realmente precisa de um pouco mais de técnica e paciência pra derrotar, é o penúltimo. E o que precisa ser derrotado o mais rápido possível, é o último. Já que se trata de um Chefe-foguete, e ele pode acabar fugindo se você não for rápido o suficiente. Infelizmente, assim como todas as outras fases, cada chefe tem um tempo limite pra ser eliminado. Mas não se preocupe, pois mesmo que você vá um pouco devagar, ainda é possível passar por cada um deles numa boa.

    Em termos de jogabilidade, Hagane é maravilhoso. O personagem é bem rápido, e não senti em nenhum momento que ele foi lento demais para realizar alguma ação. Seja em usar as armas ou saltar entre as plataformas. O pulo giratório talvez seja meio complicadinho e até meio chato em alguns curtos momentos. Mas com o tempo, dá pra se acostumar. A troca de uma arma para outra pode ser feita tanto enquanto o jogo está rodando quanto ele estiver em pausa. Que é bem legal.

Mas vou falar um pouquinho de coisas ruins do jogo, né? Por que não? Já mencionei a parte 4 do primeiro estágio, já falei do pulo giratório que pode ser meio chatinho em alguns momentos. E vou mencionar aqui algo meio estranho. O fato de que tudo aqui explode. E quando eu digo "tudo", é tudo mesmo. Você mata um inimigo, ele explode. Mata um chefe, ele explode. Você morre, você explode. Mata um pássaro, ele explode. É sério, pássaros explodem também. De onde eles tiraram essa ideia, Power Rangers? Até quando você usa uma bomba, ela explode.

Assistente: Ué, mas toda bomba explode.

Bruce: Ah, é?

Assistente: É, ué!

Bruce: Ah, beleza então...

    Como sabem, o Super Nintendo não se dá muito bem com jogos muito rápidos, o que pode resultar em algumas travadinhas no jogo. Não que ele não suporte jogos rápidos. O jogo Sparkster, por exemplo, tem um desempenho bem legal nele. Mas não podemos negar que, na maioria, realmente não rola. E isso acontece bem pouco aqui. Só algumas vezes que os inimigos dão uma... bugadinha de leve. Nada que chegue a incomodar muito. 

    Em relação à trilha sonora, o jogo até que emprega algumas músicas interessantes para dar aquela ♪ vibe ♫ de um mundo futurista e tecnológico. Não é algo que me deixou maravilhado ou coisa do tipo mas, certamente as músicas se encaixaram muito bem no ambiente do jogo. Tem umas boas e outras nem tão boas. Mas é melhor do que não ter trilha sonora. Já os efeitos sonoros, bom, é só isso que eles são: Efeitos Sonoros. Não tem nada de muito especial neles. Entretanto, eles até fazem o seu trabalho.

    Em termos de dificuldade, o jogo é excepcionalmente difícil. Mas na maior parte foi um desafio justo. E quanto mais eu jogava, melhor ficava. Fora os probleminhas já mencionados, o jogo é bem desafiador no bom sentido. E pode ser uma ótima opção se você gosta de jogos de Ninja, ou que apresentem um cenário futurista. E na minha opinião, acho que se tivesse sido lançado na mesma época em que Shinobi 3 do Mega Drive, os jogadores ficariam indecisos em qual escolher comprar. Uma pena que foi lançado quase no final da vida do Super Nintendo.

Mas então, você deve estar se perguntando como faz para poder jogar essa delícia de Jogo. E é bem simples, basta comprar o cartucho no ebay, que está custando em média 500 dólares, com caixa e manual. Também temos uma segunda opção que... nem preciso falar. Você já sabe muito bem o que tem que fazer.

Para os interessados, temos uma longplay gravada aqui no canal. Link

    Este meus caros, é Hagane. Um dos meus preferidos do Super Nintendo. Eu espero que de alguma forma este review tenha sido útil pra você. E se você gostou, não hesite em deixar seu Gostei, baby! E compartilhe com seus amigos.

Até a próxima, baby!

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